sábado, 26 de dezembro de 2009

ANOREXIA, UM PROBLEMA FEMININO?






Será a anorexia um problema exclusivamente feminino?

IOLANDA - Desde sempre as mulheres foram pressionadas até mesmo socialmente para serem belas e atraentes. Antigamente, a mulher bela era robusta, tinha pernas grossas, ancas largas e seios grandes, contudo com o passar dos anos o conceito de beleza mudou e as mulheres belas passaram a ser magras, com pernas esguias e com corpo quase sem formas. Este conceito em grande parte foi criado pela moda, passaram a ver-se mulheres excessivamente magras nos desfiles e capas de revistas. Este fenómeno fez com que as mulheres desejassem ter outro aspecto e para o conseguir algumas estão dispostas a fazerem dietas malucas, passarem fome, fazerem exercício exageradamente, etc.
Por outro lado, com o evoluir da nossa sociedade cada vez mais os homens começaram ter preocupações com o seu corpo, a frequentar ginásios e a recorrer a tratamentos de beleza. Antigamente valorizavam-se os homens musculados, com um aspecto físico que contrastava bem com a fragilidade do corpo feminino. Actualmente, no mundo da moda preferem-se não os homens musculados, mas sim os homens magros, quase sem traços masculinos. Desta forma, alguns homens mais preocupados com a imagem já não querem ser musculados e pretendem emagrecer, por vezes de forma exagerada. Portanto, a anorexia é um problema maioritariamente feminino, mas não exclusivamente feminino.
Recentemente comecei a lidar com o mundo da moda e apercebi-me de que por vezes as roupas feitas pelas estilistas são mesmo muito pequenas, de certa forma, as roupas não são feitas para servirem nas pessoas, nós é que temos que moldar o nosso corpo de forma a cabermos nelas...
Assim sendo, a magreza excessiva observada nos países de 3º Mundo como consequência da fome, passou a surgir em países desenvolvidos como consequência da moda.
A anorexia é uma doença grave que pode levar à morte, não será um preço demasiado alto para pagar em prol da beleza?

RUI - Já vivi este problema por dentro, pois já trabalhei no mundo da moda. Não foi comigo, mas sim com colegas. Este é um problema maioritariamente feminino, mas que infelizmente vai também acontecendo no sexo oposto.
Constatei que pelo menos 30% dos meus colegas tinham distúrbios alimentares. De uma forma, ou de outra, eles sofriam de anorexia ou bulimia... apesar de em certos casos não se notar, por ser quase imperceptivel.
O mundo da moda exige magreza, mas este é um conceito que leva alguns(as) modelos à morte...
Não devemos levar nada ao extremo, pois corremos o risco de perder tudo, inclusivé aquilo porque tanto lutamos.
É esta a ideia que temos de ter.
Não nos podemos deixar influenciar pela moda, comunicação social ou pura e simplesmente a opinião das outras pessoas.
Devemos ser nós próprios, pois todos temos as nossas virtudes e defeitos, e são essas virtudes que devemos soltar cá para fora.
Deixo aqui uma mensagem a todos, ajudem a acabar com a anorexia e bulimia. Com simples gestos podemos dar um grande contributo... Basta não excluirmos ninguém por causa do seu aspecto fisico.


TER UMA MULHER COMO PATRÃO


É sabido que o homem está habituado a ter um papel dominador. Será que eles encaram de forma diferente ter como patrão uma mulher? E incomoda-os ter que cumprir as ordens dadas por elas?


IOLANDA - Noutros tempos os homens é que estudavam, é que apostavam na carreira e sustentavam a família. No entanto, as mulheres começaram a deixar de serem apenas donas de casa e mães; conseguiram entrar no mercado de trabalho e cada vez mais se afirmam, competem pelos mesmos cargos que os homens e muitas são bem sucedidas. Inicialmente, como os homens lideravam em número e habilitações todos os funcionários tinham patrões do sexo masculino, contudo, actualmente existem muitas mulheres em cargos de chefia e empresárias.
A meu ver a competência profissional e a capacidade de liderança não dependem do sexo.
No entanto, existem homens que por serem machistas, não aceitam bem terem uma patroa e receberem ordens de uma mulher, parece que se sentem "ameaçados" de alguma forma. Já conheci homens que diziam: "não me imagino trabalhar para uma mulher", "as mulheres cada vez estudam em maior número do que os homens, estão a ganhar cada vez mais território no mundo profissional e daqui a pouco tempo andamos todos a ser mandados por elas" e até "se as mulheres ficassem em casa a cuidar das tarefas domésticas e dos filhos como antigamente, não haviam homens no desemprego", etc.
Por outro lado, existem homens mais liberais que aceitam bem terem uma patroa, e até referem preferirem trabalhar para mulheres do que para homens, porque apesar de tal como os homens serem exigentes, por vezes são mais atenciosas, mais sensíveis a problemas pessoais dos funcionários, etc.
Pode dizer-se que a forma como a chefia é vista não depende do sexo, mas sim da mentalidade dos funcionários.


RUI - A nossa sociedade mudou muito em relação a esta situação. Os homens não gostavam de receber ordens de mulheres, por uma questão de masculinidade e porque era visto com maus olhos, as mulheres que trabalhavam. A mulher era para ser dona de casa e tratar dos filhos.
Mas já houve uma grande mudança, principalmente em certas profissões. Por exemplo na área da saúde, há muitas mulheres com cargos de chefia e são bem aceites as suas ordens pelos homens. Neste caso, nós homens encaramos bem ter como chefe uma mulher, noutras áreas ainda há uma grande resistência a isso.
Uma engenheira civil tem sempre muitos problemas em fazer impor as suas ordens, num mundo ainda dominado pelos homens.
Acima de tudo, todos devemos respeitar as nossas chefias, independentemente do sexo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

HOMOSSEXUALIDADE FEMININA & MASCULINA





Socialmente haverá maior aceitação de gays ou lésbicas? E porquê?

IOLANDA - Dantes, os homossexuais eram considerados "doentes mentais", quando existia um(a) homossexual numa família, os familiares sentiam-se tão envergonhados que chegavam a agredir a pessoa, a obrigá-la a casar para ninguém desconfiar e quando o(a) homossexual não aceitava, por vezes até era expulso de casa e renegado pelos parentes. Estes factores, durante longos anos, obrigaram muitos homossexuais a esconderem a sua verdadeira preferência.
Actualmente, a sociedade já evoluiu em termos de mentalidade, o que fez com aos poucos que a homossexualidade começasse a ser assumida publicamente, nomeadamente por celebridades na comunicação social, o que posteriormente proporcionou que desconhecidos também se assumissem e lutassem para serem aceites pela sociedade.
Na minha opinião a homossexualidade feminina é melhor aceite. Socialmente, considera-se que as mulheres são mais sensíveis, mais afectuosas, etc. É comum as mulheres terem mais intimidade, umas com as outras: cumprimentarem-se com beijos, abraçarem-se, por vezes andarem de mão dada e até irem juntas ao WC (que tanta curiosidade suscita nos homens ;-D). No entanto, os homens foram criados pela sociedade para serem "machos" e como tal, aos olhos desta, os homens não devem estabelecer grande afecto entre eles, são permitidos: apertos de mão, uma palmada nas costas e quando muito um abraço rápido (em situações mais excepcionais, pelo que me parece). Se dois homens passarem muito tempo juntos e derem as mãos, por exemplo, as pessoas reparam logo e levantam a questão da homossexualidade, porque o comportamento é visto como estranho entre homens, e portanto desperta mais a atenção. Desta forma, os gays acabam por sofrer mais preconceito, na medida em que os homens quando conhecem um gay, ou desconfiam que a pessoa possa ser, já evitam ser vistos junto com essa pessoa, nem que seja a conversar por medo de serem "rotulados" de homossexuais, uma vez que assusta-os perder o seu estatuto de "macho", até porque no geral as pessoas associam aos homossexuais comportamentos considerados femininos.
Penso que os homossexuais têm todo o direito de serem felizes, portanto as outras pessoas não devem interferir na vida pessoal de ninguém, até porque os heterossexuais também têm liberdade para escolherem o parceiro que querem e se eventualmente decidirem morar juntos ninguém tem nada com isso, na sua casa cada um faz o que quer. Não tenho problema nenhum em ser amiga de um(a) homossexual e é lamentável que exista tanto preconceito, tanto a este nível, como noutros que só fazem as pessoas sofrerem.

RUI - Houve uma grande mudança de mentalidade na nossa sociedade em relação à homossexualidade, principalmente nas faixas etárias mais novas.
Sem dúvida que a homossexualidade feminina é melhor aceite.
Isto deve-se ao facto de serem mais os homens a não aceitarem homossexuais. O facto de serem dois homens juntos repugna, já o de verem duas mulheres alimenta-lhes o imaginário.
As mulheres não têm preconceitos em relação a isso, aceitam facilmente no seu grupo de amigos pessoas com orientações sexuais diferentes.
Pessoalmente, acho que têm os mesmos direitos que os outros, mas confesso que me faz "impressão" ver dois homens de mão dada..lol.
Mas, também não tenho qualquer problema em ser amigo de gays.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

QUEM FOGE MAIS DO CASAMENTO?


Casamento quem foge dele? Homens, mulheres, ou ambos?

E o que terá levado a que cada vez mais o casamento tradicional dê lugar às uniões de facto?

IOLANDA - Antigamente, as mulheres quase que estavam destinadas a casar e quando tal não acontecia, ficavam "solteironas", o que era motivo de tristeza para elas e para os pais, porque supostamente "nenhum homem quis a sua filha". Por outro lado, se houvesse envolvimento sexual entre o casal de namorados, muitas vezes o homem era obrigado a casar.

O casamento era uma tradição, quem vivesse em união de facto era muito mal visto, criticado e discriminado pela sociedade e principalmente pela igreja.

Neste momento, a mulher estuda, por vezes até muito tarde, o que faz com que dê prioridade à evolução como profissional. Por outro lado, tem uma maior autonomia financeira o que lhe permite optar por uma vida sozinha, ou com um parceiro.

Actualmente, a sociedade também é mais liberal, permitindo que os namorados tenham relações sexuais, vão de férias juntos, etc, o que de uma forma geral prolongou o tempo de namoro e não precipita tanto a decisão de um compromisso maior.

Assim sendo, penso que por natureza, os homens têm tendência para evitar o casamento, contudo, neste momento muitas mulheres também o evitam. Tanto homens, como mulheres, vêm na união de facto, um compromisso menos sério, que lhes dá a sensação de maior liberdade, sentem que não são obrigados a estar com a outra pessoa e que a qualquer momento, assim que deixarem de gostar de partilhar o dia-a-dia com ela vão embora, sem se preocuparem com o divórcio e permanecendo com o estado civil de solteiros, é quase como se aquela união nunca tivesse existido.

RUIPenso que o principal factor para a diminuição dos casamentos e o aumento das uniões de facto é a emancipação da mulher.

A mulher antigamente era educada para casar e servir o seu marido, hoje em dia nada disso acontece. Querem seguir uma carreira profissional e passa a ser secundário o que antes era o principal objectivo, casar e ter filhos.

Outra situação a ter em conta é a religião. Antes, quem casava pela igreja era porque acreditava, tinha fé que aquela união seria para a vida toda, e o casamento religioso seria a benção de Deus.

Hoje em dia os jovens estão cada vez mais afastados, e os casamentos religiosos que hoje se realizam são mais por uma questão de tradição do que de fé.

O deixar de acreditar em Deus, também fez com que os casamentos diminuissem.

Quanto à questão principal, ainda hoje, o homem foge mais do casamento do que a mulher. Os homens são mais irresponsáveis neste tipo, e gostam muito da sua liberdade.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

RELAÇÕES COM PARCEIROS COM FILHOS

Actualmente, cada vez mais existem pais solteiros e divórcios, assim apesar de solteiros ou divorciados e com filhos, com frequência as pessoas conhecem alguém e sentem necessidade de começar uma nova relação. Quem consideram que se envolve e aceita mais facilmente um parceiro com filhos de outra pessoa? E quem aceita melhor os enteados? Os homens ou as mulheres?

IOLANDA - Na minha opinião, tanto os homens, como as mulheres, cada vez mais se envolvem com um parceiro solteiro ou divorciado e com filhos.

A questão da aceitação, depende muito de posteriormente existirem filhos do novo casal, porque existe a tendência, de o pai ou mãe apenas dos filhos do casal querem o melhor para os filhos deles, privilegiando-os em relação aos enteados. Contudo, há pessoas que mesmo tendo filhos com o parceiro ou parceira, aceitam bem os enteados e tratam-nos como filhos deles.

De uma forma geral, penso que as mulheres não aceitam tão bem os enteados. Porque são muito protectoras em relação aos filhos delas e têm medo de ver os filhos prejudicados em relação aos enteados. Por outro lado, as mulheres no geral é que cuidam mais das crianças, desde o banho, à alimentação, etc., e portanto não gostam muito de ter trabalho com crianças que não são delas. Portanto, quando eles vêm passar o fim-de-semana com o pai, a mulher tolera muito melhor do que viver diariamente com eles, porque considera que quem deve cuidar deles é a mãe.

RUI - Eu penso que o factor mais importante para aceitar ou não ter um parceiro que já tenha filhos é a idade. Uma pessoa com uma vida construida, mais facilmente entra numa relação com uma pessoa com filhos.

Pelo meu conhecimento de alguns casos, as mulheres aceitam mais facilmente os filhos do seu parceiro, até porque na maioria das vezes estes ficam com as mães.

Esta aceitação também depende muito dos factores que levaram à separação do parceiro. Se por exemplo for em caso de viuvez, sem duvida que se aceita melhor. Se for separação por divergencias, existirá sempre um filho a ligar o parceiro à ex-mulher.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

INFERTILIDADE


Definição:"A infertilidade é o resultado de uma falência orgânica devida à disfunção dos orgãos reprodutores, dos gâmetas ou do concepto" (Associação Portuguesa de Fertilidade).

A infertilidade é um problema cada vez mais presente na nossa sociedade. Antigamente, quando o homem era infértil era motivo de vergonha, porque era rotulado de impotente, de maneira que muitos homens diziam que o problema era das mulheres e muitas sujeitavam-se a assumir uma incapacidade que na realidade não tinham. Contudo, actualmente existe maior informação e é sabido que infertilidade não é sinónimo de impotência. Consideram que actualmente, um homem infértil assume mais facilmente que o é?

IOLANDA - Actualmente, a sociedade está mais informada em relação à infertilidade. Infelizmente, cada vez mais a prevalência da infertilidade aumenta, tornando este problema mais frequente, o que proporciona uma maior divulgação na comunicação social e consequentemente, um maior conhecimento por parte da população.
Embora, a infertilidade possa ter origem tanto num problema do casal, como numa disfunção no sistema reprodutor apenas do homem, ou da mulher, penso que hoje em dia é encarado como um problema conjunto, em que ambos decidem juntos procurar ajuda especializada, para resolver e superar esta dificuldade. Uma dificuldade que envolve grande ansiedade, sofrimento, tratamentos delicados e muito dispendiosos, nem sempre ao alcance de todos.
Apesar, da sociedade ter evoluído e existir maior abertura para falar de determinados assuntos, a infertilidade continua a ser uma questão muito delicada. Penso que, ainda continua a ser difícil o casal admitir perante os outros, que têm este problema. E quando a causa da infertilidade envolve directamente o homem, na minha opinião, eles têm mais dificuldade em aceitar e preferem que ninguém saiba, porque continuam a sentir o seu “orgulho de macho ferido”, sentem-se incapazes e diminuídos comparativamente aos outros homens.
No meu entender, esta questão deveria ser vista com naturalidade, é um problema de saúde como outro qualquer, independentemente de ter origem no casal, no homem ou na mulher.


RUI - Infelizmente cada vez acontecem mais casos de infertilidade. Os estilos de vida mudaram, o stress, o consumo de alcool, fumar… são tudo factores que influenciam o seu crescimento.
Antigamente, era visto pelos homens como um tabu, pois poderia “ferir” a sua masculinidade. Mas, as coisas estão a mudar. Embora ainda mexa bastante com o psicológico do homem, este já está mais receptivo
a descobrir qual o problema da infertilidade do casal e a aceitar ser parte dele.
Sem a participação do homem na resolução do problema, nada poderá ser feito, e nós homens temos de entender isso. Isto supera qualquer tipo de sentimento de “macho”.
Outro problema, já tem a ver com o nosso Sistema Nacional de Saúde, que não apoia e nem ajuda convenientemente os casais que passam por este problema… mas, isto já é um tema de discussão para outro dia;)
Ficamos à espera de mais opiniões.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ABORTO

Uma vez que a mulher é que engravida e portanto o aborto é feito no seu corpo, a decisão de fazer aborto será mais fácil para homens ou mulheres?


IOLANDA - Quando ocorre uma gravidez é fruto de uma relação a dois, por vezes é motivo de muita felicidade do futuro pai e da futura mãe, no entanto, em determinadas circunstâncias é motivo de desconfianças, desentendimento, arrependimento e até mesmo rejeição.

Os laços que unem o pai ao filho são tão importantes como os laços que unem a mãe ao filho, no entanto há um maior envolvimento físico e consequentemente psicológico da mãe ao longo da gravidez.

Quando se decide fazer o aborto em determinadas situações a decisão por parte dos dois é clara conjunta, no entanto, penso que no geral a decisão é mais facilmente tomada pelos homens que por vezes pedem para que a mulher interrompa a gravidez e em alguns casos, pressionam-a e impõem essa decisão. Acredito que os homens também sintam algo quando decidem terminar com a vida do seu filho que estava para nascer. Contudo, o aborto é feito no corpo da mulher, é um procedimento em que arrancam o filho do seu ventre, causa dor, desconforto físico e a carga psicológica que sofre é maior do que a do homem que fica na sala de espera, logicamente nunca esquecem tal como o homem, mas custa mais a superar a perda e por vezes surge o arrependimento que as acompanha a vida toda. Desta forma, no meu entender as mulheres reflectem mais e é-lhes mais difícil decidir.



RUIPor todas as questões que são evidentes, é sem duvida mais fácil esta decisão para o sexo maculino. O homem apenas tem ligação psicológica ao filho, e na maior parte dos casos menor que a da mulher. Já a mulher para além do factor psicologico, há o factor fisico, onde ocorrem muitas transformações no seu corpo e o seu instinto vem ao de cima.

Quando ocorre um aborto espontaneo, a mulher sofre sempre mais e ficam sempre algumas sequelas psicológicas. Já o homem, ultrapassa melhor essa experiência e a vinda de outro filho “apaga” , quase sempre, a primeira perda.

Outra situação que pode acontecer, é o arrependimento de o ter feito… Mais facilmente uma mulher se arrepende de fazer um aborto, do que um homem, pois é ela que passa pela situação de lhe ser retirado um filho.

Sempre que se tome esta decisão, terá de ser muito bem pensada, para que problemas fisicos e psicológicos não perturbem o futuro de um casal.

TRAIÇÃO



Socialmente aceita-se melhor uma traição masculina ou feminina? E quem perdoa mais a traição, homens ou mulheres?


IOLANDA - Desde sempre existiu o conceito de que o homem tem direito de trair, antigamente haviam muitas mulheres casadas e que eram traídas pelos seus maridos por vezes com várias mulheres, no entanto, mantinham o casamento e se o terminassem é que eram encaradas com estranheza pela população, porque esse tipo de comportamento era visto como "normal". Quem nunca ouviu expressões como: é comportamento de "macho", "os homens têm as suas necessidades", "um homem não é de ferro", "ele traiu, porque a mulher não o sabe satisfazer, teve que ir procurar fora o que não tem em casa", etc? Então e as mulheres? As mulheres se traíssem, aos olhos da população não eram muito diferentes de prostitutas, eram condenadas por todos e os homens passavam verdadeiras humilhações, porque para os outros o homem traído não sabia "manter a mulher satisfeita", "não comparecia", como costumavam dizer. Ainda hoje em dia, em determinadas sociedades o homem trai livremente e a mulher que o fizer é apedrejada em praça pública, por vezes até morta para que se "limpe a honra dos homens".

Actualmente, apesar de a mulher ter conquistado maior autonomia e as diferenças entre homens e mulheres serem mais ténues, parece-me que a traição masculina continua a ser melhor aceite e que a mulher de uma forma mais camuflada continua a ser condenada pelos outros. Em caso de traição, será o sofrimento masculino maior do que o feminino para que se defenda mais os homens?

Em relação ao perdão, considero que a mulher perdoa mais facilmente, principalmente quando tem filhos, para tentar manter a relação com o pai dos filhos e não ter que os criar sozinha que é muito difícil (geralmente quando a relação termina ficam com a mãe), ou por receio começar uma nova relação e lhes arranjarem um padrasto que não os aceite ou maltrate de alguma forma.


RUIAo longo dos tempos tem vindo diminuir a tolerância das mulheres em relação à traição. Os homens, devido ao seu instinto animal de “macho dominante”, nunca toleraram traições por parte das mulheres. (Atenção que estou a falar de um forma geral e não particular).

Uma das razões para o aumento dos divórcios, tem sido essa mesma, a diminuição da tolerância das mulheres em relação ao envolvimento do seu marido com outras pessoas. As mulheres já não estão para “aturar” certas coisas e por diversas razões. Já têm a sua independência financeira, a sociedade já condena mais este tipo de comportamento dos homens e também porque já não ficam em casa fechadas, tendo mais conhecimento de tudo o que se passa à sua volta.

Hoje em dia, ambos não aceitam traições, embora, as mulheres ainda continuem a perdoar mais facilmente. Socialmente falando, ainda vivemos numa sociedade machista em que uma mulher quando trai, lhe chamam certos nomes (vocês sabem quais são) e o homem é o “maior” porque consegue ter mais que uma mulher.

E quem trai mais? Fica aqui uma sugestão pra um próximo tema;-)